sexta-feira, 26 de agosto de 2011

1ª CONSULTA

Fui sair de casa mesmo só no sábado, minha prima me levou para dar um passeio de carro, estava em casa desde domingo. Só dando umas voltinhas na rua para fazer uma caminhada. Como sou espírita, no domingo fui ao Centro, não pude ir na palestra pois ainda não aguentava ficar muito tempo sentada. Fui lá para pedir para fazer tratamento espiritual, deu certo iria começar no próximo sábado.
Na segunda 11/10, meu marido já estava podendo dirigir, então foi em casa buscou o nosso carro e me levou para passear, fomos no escritório onde trabalhei, pois queria muito ver o pessoal, que estava sempre me ligando e me dando força, todos ficaram muito felizes em me ver; depois fomos na creche onde trabalho e lá também todas ficaram muito felizes em me ver, as crianças também ficaram muito felizes e algumas vieram me dar abraços e beijos.
Na quinta-feira, 14/10, voltamos ao HC para retirar os pontos, é um pouco incômodo, mas não dói. Minha prima-irmã fez questão de ir com a gente para ver como estava. A médica que me deu alta Dra. Ana Paula foi quem me atendeu, viu como estava e cicatrização, e falou que assim que tivesse vaga no setor de quimio já poderia começar, se tivesse vaga no dia eu já poderia fazer a 1ª quimio, fiquei um pouco assustada. Aí ela deu uma explicação geral: que poderia ter diarréia e vômitos, que era certeza que os meus cabelos iriam cair, podendo até mesmo cair as sobrancelhas e os cílios, que de imediato eu iria fazer seis ciclos, ou seja seis sessões, a cada 21 dias.
Com relação a cirurgia estava tudo bem, mas ainda não era para fazer esforço físico e nem dirgir, ela explicou que por fora estava tudo bem, mas como tinha sido uma cirurgia delicada, por dentro ainda estava sendo adaptado, os órgãos estavam novamente se encaixando.
Ainda bem que não teve vaga na quimio, porque por mais que eu sabia que iria fazer a quimio, você saber que é certeza que seus cabelos irão cair, que poderia ter vômitos e diarréia. Eu não consigo ver vômito, passo mal, lá na creche quando as crianças vomitam eu tenho que air de perto senão também passo mal.
Saímos do consultório e ficamos aguardando para quando iri ser marcada a quimio, nisso eu ficava vendo outras mulheres sem cabelos, de lenço ou chapéu e imaginava que dali algum tempo eu também iria estar assim. Mas é igual a minha psicóloga disse, você tem que pensar na quimio como uma aliada, senão você vai lutar contra a quimio o que faz com que passamos mais mal.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

AS PRIMEIRAS VISITAS

Fomos para casa da minha prima-irmã e logo meu pai ligou para ir buscá-los, pois ele queria me ver.
Chegaram eu estava deitada, perguntaram se estava tudo bem, e logo chegou o meu primo J. L. com dois sobrinhos, e acabou mudando de assunto e ficou por isso mesmo. Ainda bem que o meu primo chegou pois se eles começam a fazer muitas perguntas iríamos ter que falar tudo o que estava acontecendo.
à noite minha prima-irmã fez uma sopa mas não consegui comer nada, meu estômago estava embrulhando um pouco. Dormi bem, não senti dor. No outro dia levantei cedo, tomei café da manhã, minha prima fez uma caminhadinha comigo, ali por perto mesmo. Logo ela saiu com meu marido para resolver nossos problemas.
Nos primeiros dias em que fique na minha prima a minha rotina era mais ou menos assim: levantava tomava um bom café da manhã, tamava um pouco de sol, fazia uma caminhadinha, desncava até a hora do almoço. Almoçava, deitava um pouco, depois lia ou assistia a um filem, ela me ajudava a tomar banho, mais final da tarde sempre aparecia uma visita, á noite também aparecia alguma visita, ou ficávamos nós três vendo TV e conversando. Meu pai telefonava todos os dias e várias amigas também.
GRAÇAS A DEUS não tive dor, meus pontos secaram logo, tinha 34 pontos, era do umbigo para a virilha, a única coisa que eu sentia era sono e cansava logo, mas me falaram que era por causa da anemia e da perda de sangue. Então todos os dias eu tomava suco com cenoura, beterraba, couve, cada dia era de um.
Não saí de casa por uma semana, mas também não ficava sozinha em momento algum.
Na quarta-feira a minha psicóloga veio me atender em casa, lembro que falei pra ela que eu estava me sentindo super bem, e que ainda não tinha caído a ficha direito, pois eu não me sentia doente e estava até incomodada por estar dando trabalho para outras pessoas e não poder fazer nada. Também não tinha caído a ficha que logo, logo eu estaria fazendo quimioterapia.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

ALTA DO HOSPITAL

A partir de hoje vou começar a colocar as inicias das pessoas.
No domingo acordei cedo e super ansiosa, queria vir embora para casa. Por volta da 10:00 hs. a Dra passou já tinha olhado o boletim e visto que estava tudo bem, então ela falou que iria me dar alta, mas que tinha que ter alguns cuidados, tipo: lavar bem os pontos e depois secar, não precisaria de passar nenhum medicamento, não fazer esforço, não dirigir , limpar a casa, lavar roupa nem pensar. o que ela explicou, por fora estava tudo bem, mas como tinha sido uma cirurgia delicada, tinha que tomar cuidado com os pontos internos. Teria que voltar dali a dez dias para retirar os pontos.De remédio teria um para anemia e outro se caso tivesse dor. e no dia 15/10 teria retorno
Ligue logo para meu marido para arrumar alguém para ir me buscar. De repente lá me chega ele no hospital, de muleta é claro, tinha ido me buscar com o J nosso sobrinho. Quando meu marido estava entrando no quarto o telefone dele tocou, era a minha prima C que queria saber se eu iria ter alta, senão ela já estava indo para o hospital para me ver. Já conversei com ela, falei que estava tudo bem, ela ficou então de ir me visitar no outro dia.
Ligamos para minha cunhada E para levar um almoço bem gostoso para mim.
Na manhã de domingo, antes de eu ter alta, as enfermeiras vieram para trocar a roupa de cama, e como eu já tinha dito, tinha levado alguns livros para ler. Então uma delas me perguntou se eu já tinha terminado de ler um livro, que pelo resumo ela tinha gostado e se eu não emprestaria para ela ler. Eu sou muito apegada aos meus livros, morro de ciúmes. Percebi que não pode ser assim, que eu podeia ter morrido na cirurgia, e o que iria adiantar, então eu dei o livro para ela.
No caminho de volta várias pessoas ligaram no meu celular e no celular do meu marido, é claro todas ficaram super felizes por eu estar voltando, e prometendo que iriam me visitar.
Chegamos em casa e logo meu cunhado chegou trazendo o nosso almoço. Logo  eu e meu marido percebemos que não teria como ficarmos sozinhos em casa, porque: se chegasse uma visita, era difícil para os dois, não tínhamos empregada, comíamos de marmita, aí tinha o rpoblema de lavar a marmita, e fiquei com medo de que se acontecesse alguma coisa com qualquer um dos dois o outro estava quase que impossibilitado de ajudar. Como minha prima-irmã ofereceu para ficarmos em sua casa achamos melhor ir para lá.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

SÁBADO

Acordei cedo, morrendo de fome, logo veio o café da manhã.  Estava com medicação em uma veio e no outro braço outra veia com seringa, mas sem medicação, os braços estavam tudo roxo, é muito difícil pegar veia em mim e logo elas estouram, então fica aquela beleza, tudo roxo. Estava também com sonda urinária. As enfermeiras vieram trocar a roupa de cama e me ajudar a levantar para tomar banho, não queria levantar pois estava fraca e os pontos doendo um pouco. Elas quiseram por todo custo que eu levantasse, comecei a falar alto que não iria e falar que meus pontos estavam doendo, foi horrível, então elas me deixaram em paz. Elas são uns amores por aguentar tantas coisas e ainda tratam a gente bem. A senhora que ainda estava comigo no quarto perguntou como tinha sido a cirurgia e eu respondi que só sabia que tinham mesmo tirado todo o aparelho reprodutor.
Logo veio uma médica que participou da cirurgia, também muito nova. Me falou que a cirurgia tinha sido complicada e demorada, que tinham feito uma tranfusão de sangue, pois eu tinha perdido muito sangue, e era provável que tivesse com um pouco de anemia. Tinha sido retirado todo o aparelho reprodutor, o tumor era mesmo maligno e que depois eu iria ter que fazer quimioterapia, tudo o que eu não queria. Eles iriam acbar de estudar o tumor para ver qual era, mas que seria preciso fazer no mínimo seis sessões de quimio. Mas o resto estava tudo bem, ela já tirou a sonda nessa hora e que eu poderia comer e andar normal. E se tudo corresse bem durante o dia no outro dia teria alta. Logo após o almoço consegui tomar banho, mas quase desmaiei no chuveiro, pela fraqueza que ainda estava, não conseguia andar sozinha.
Não queria fazer quimio pois vi nos dias anteirores a cirurgia muitas mulheres carecas, usando lenço ou peruca e sabia que era porque estavam fazendo quimio, ams cada um é cada um e às vezes, poderia ser que eu não ficasse careca. E já que não tinha como remediar, remediado estava.
À tarde na visita vieram meu marido, teimoso, de muleta. Uma sobrinha, e as duas cunhadas "sensíveis", a 1ª entrou e quase desmaiou quando me viu, pois eu estava muito pálida, a 2ª já entrou um pouco melhor e não assustou tanto, depois veio o meu marido, perguntou como eu estava e se já tinha passado algum médico. Respondi que sim e contei o que a médica tinha me falado ele me informou que já sabia, pois o Dr. Gustavo tinha conversado com ele e minha prima-irmã após a cirurgia. Conversamos mais um pouco e ele desceu para que uma sobrinho subisse para me ajudar a andar, é bom andar, quando você pode, pois evita dar gases e ter cólica, e ajuda a melhorar mais rápido para ir embora, então eu queria andar bastante para ir embora logo.
Depois de jantar já me sentia mais forte então dava voltinhas pequenas pelo corredor.
Estava sozinha no quarto pois a senhora já tinha recebido alta, falou que na sexta choveu muito forte durante o dia e à noite também, não vi nada.
Passei a noite bem, sem dor alguma e dormi bem, mas tomei tanto remédio, era remédio para dor, para não dar gases, uma injeção que eles dão na altura do unbigo para não dar trombose, anticoagulante, e aí vai.

RETORNANDO DA ANESTESIA

Lembro vagamente que eu estava na maca, acho que foi a hora em que estavam me lavando para a sala de recuperação, falei para quem estava perto que iria vomitar. Não me lembro se vomitei, depois de tudo ocorrido conversando com meu marido ele confirmou que eu tinha vomitado. Me recordo que acordava ainda tonta e via o meu marido ao meu lado, isso foi ele que me contou: que eu sempre perguntava se tinha tirado tudo. Me recordo também uma hora em que acordei e que o aparelho de oxigênio estava me incomodando.
Depois lembro que a minha prima-irmão entrou falou que estava tudo bem, mas que eles precisavam ir embora, pois o horário de visita já estava acabando, que já era quase 20:00 hs.
Já estava um pouco mais lúcida, então veio um enfermeiro e me disse que eles já iriam me levar para o quarto, então começaram a tirar todos os aparelhos,  fiquei com medo de sair dali e passar mal. Tive um "piti", os enfermeiros ficaram receosos e me colocaram todos os aparelhos novamente. Fiquei mais um tempo na sala de recuperação. Não sei dizer quanto tempo depois um enfermeiro veio me informar que não era bom eu ficar lá, por causa de contaminação, então eu iria ser levada para o quarto, que não iria acontecer nada pois estava tudo bem. Foram muito bons e compreenssivos, como todos do hospital.
Quando cheguei ao quarto vi que já eram meia-noite. Só tinha uma senhora lá, as outras todas já tinham saído, ela me informou que estava muito preocupada comigo, pois eu tinha demorado, agradeci e logo estava dormindo novamente.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

NO HOSPITAL

Logo`na tarde de quarta, fui fazer exames de raio-X, e já comecei a tomar medicamento para a girurgia e laxante. No quarto em que estava tem seis leitos, e todos estavam ocupados, a maioria era por mulheres que iriam fazer levantamento de bexiga, todas eram muito simpáticas e animadas, o que me ajudou muito. Sempre tinha pessoas me ligando, para me dar animo  e de uma forma ou de outra não me deixar "sozinha". À noite avisei a um primo meu, também muito querido, que ficou muito triste e preocupado, falando que iria me visitar no sábado, falei que não precisava, pois tinha certeza que iria sair no domingo. O mais engraçado foi a minha cunhada que não pode ir no churrasco me ligar à noite chorando, que queria ter me visto antes de eu ser internada, não pensava que eu iria internar tão rápido, tiva que ficar consolando-a pelo telefone, mas foi muito bom porque vi o quanto tenho pessoas maravilhosas perto de mim. Pensei que não iria dormir, mas consegui dormir mais do que o esperado.
Na quinta fiz mais alguns exames, recebi várias ligações, e estava sempre ligando para alguém para saber como estava meu marido, proque não adiantava ligar para ele, pois tinha certeza que ele iria mentir, caso não estivesse bem, mas GRAÇAS A DEUS, estava bem e fazendo "arte", andando para tudo que é lado e não fazendo repouso, sei que um pouco era por estar nervoso e ansioso com a minha cirurgia. Também fiquei sabendo que à noite iria ao aniversário de uma grande amiga nossa, com amigos que iriam buscar ele em casa.
Tive que fazer duas lavagem intestinal, olha é muito ruim, uma no período da tarde e outra mais à noite, por volta das 2100hs, já não podia comer mais nada, nem tomar água. Fiz mais um ultrassom transvaginal.
Fiquei sabendo que a minha cirurgia não iria mais ser a primeira, e que iria ser operada por volta das 10:00 hs. e não às 7:00. Ligue para meu marido, para que ela e minha prima-irmã, fossem um pouco mais tarde, pois não iriam adiantar ir tão cedo, e para que não se cansassem tanto.
O médico tinha prescrito um  calmante, para que eu conseguisse dormir à noite, mas eu preferi não tomar, se visse que não iria conseguir dormir, poderia tomar o remédio, mas GRAÇAS A DEUS, dormi bem.
A gente tem que estar calma e descansada, porque se não altera a pressão, os batimentos cardíacos e se isso acontecer naõ pode ser realizada a cirurgia. Tinha uma mulher no mesmo quarto que eu que fazia três dias que era para ter feito a cirurgia mas não fazia porque ela ficava nervosa e a pressão subia.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

INTERNAÇÃO

Levantamos na quarta cedo, pois como já falei teria que estar no HC às 7:30 hs. Por volta das 6:15 hs. minha prima-irmã passou em casa. Meu marido ficou muito chateado por não poder ir me levar ao hospital, mas confirmou que na sexta, dia da operação, estaria lá. Pedi para que não fosse por causa da cirurgia dele, mas quem segura?
Fomos conversando sobre diversos assuntos, evitamos mesmo falar sobre a cirurgia. Somente quando já estávamos no estacionamento do hospital, pedi a ela que se alguma coisa me acontecesse que ela cuidasse do meu pai para mim, e que era minha vontade que fizesse doação de órgãos. Também já tinha deixado, escondida, mas em um local que iria ser encontrada, uma carta de despedida para o meu marido, pedindo a doação e outras coisas mais pessoais.
Logo fomos atendida pelo Dr. Gustavo, médico novo. Olhou os exames que eu tinha feito e explicou como seria a cirurgia: como ainda não sabia o que iriam encontrar explicou a possibilidade de eu ter que tomar a duas anestesias, a rac e a geral, que não tinha previsão do tempo de cirurgia e que teria de fazer a biopsia durante a cirurgia, que seria uma biopsia de congelamneto e que no máximo em quarenta minutos sairia o resultado, nisso minha prima-irmã perguntou o que estaria acontecendo comigo nesse perído, ele informou que enquanto aguardasse o resultado iria estar fazendo outros procedimentos. E que para realizar a cirurgia, seria mais ou menos como meu marido tinha falado, que iria retirar rodo o intestino colocar de lado e mexer no aparelho reprodutor. O meu marido já tinha me falado porque, é claro, ela estava com medo do que poderia acontecer, e eu estava toda animada. Ele falava que parecia que eu estava indo para uma festa, de tão animada que estava. Mas não é, acontece que eu queria que tudo acabasse logo e tinha certeza que tudo iria dar certo.
NIsso a minha prima-irmã olho bem para ele e perguntou se ele sabia muito bem o que iria estar fazendo. Ele entendeu a preocupação dela e respondeu que ele fazia uma média de três cirurgias dessa por semana. O professor que iria estar acompanhando a cirurgia também veio me ver e olhar os exames, adorei o professor, me deu uma grande paz e segurança.
Demorou um pouco para ser internada, pois estavam desocupando o leito. Fiquei no oitava andar, hoje não me recordo o quarto nem o leito. Antes de acabar todo o processo de internação já veio o meu almoço, sabe o que era? SOPA, não gosto muito, e ainda em pleno almoço, mas fazer o que. Fui informada que a partir daquela hora que iria comer só líquido até o dia da cirurgia, que delícia. Até a sopa era batida no liquidificador, mas tudo bem vamos lá.
Depois do "almoço" fui para o quarto, aí minha prima-irmã teria que ir embora, pois não poderia ter acompanhante, e o horário de visitas era só as duas da tarde. Foi a segunda parte mais difícil do dia. a 1ª quando me despedi do meu marido e a 2ª agora, mas essa foi mais difícil, pois ali que eu percebi que eu poderia ou não sair dali e que estaria "sozinha". Choramos um pouco, mas logo as outras mulheres que estavam internadas veio e nos animou. Ainda bem que pode ficar com o celular, pelo menos poderia ligar para saber notícias de fora.