sexta-feira, 29 de julho de 2011

DECISÕES 2

Fomos para casa e conversando 1º descobri como é difícil de receber uma notícia dessas, que você não sabe o que vai acontecer na sua vida, foi então que eu decidi depois da cirurgia começar esse blog, para falar às pessoas como eu me sentia em cada etapa que estava passando, para mostrar que todas as pessoa são guerreiras e lutadoras, claro que cada um  a seu modo, com seus problemas, mas que tudo passa, que precisamos ter muita FÉ E ESPERANÇA.
Vi como eu fiquei perdida, sem "chão"; ainda que lá em casa nós já tínhamos vivido uma experiência parecida, mas cada caso é um caso, cada pessoa reage de um jeito; então não adianta falar faz isso, faz aquilo, que nem sempre o resultado é o mesmo, mas acho que uma dica, um apoio é super importante e essencial.
2º Vimos que teríamos que avisar mais pessoas, principalmente familiares mais chegados e amigos. Meu marido tem uma família muito grande, já que é ele e mais sete irmãos. De imediato não avisaríamos a todos, mas alguns; que seria duas cunhadas que são mais "sensíveis" e um sobrinho que é mais chegado a nós e nos ajuda muito. Decidimos que iríamos fazer um churrasco na casa de uma cunhada e avisar o que estava acontecendo.
Na sexta fui trabalhar normalmente, mas todos ficavam perguntando e desejando boa sorte, era meu último dia de serviço antes da operação, pois como meu marido iria a fazer na  segunda, eu iria faltar para acompanhá-lo.
Na hora do almoço me ligaram do hospital pedindo doadores de sangue, aí vi que estava confirmada a cirurgia para sexta, mas ainda tinha que esperar a ligação do médico.
Logo após ligou o nosso sobrinho mais chaegado para saber como tinha sido no hospital, fiquei meio sem jeito para falar por telefone, mas acabei contando, e como sempre ele muito solícito nos ofereceu para ajudar no que ele pudesse. Agradeci e falei do churrasco para o dia seguinte, ele falou que estaria lá para nos dar uma força. Liguei então para minhas duas cunhadas e combinei, mas avisei que estávamos fazendo por causa da cirurgia do meu marido.
Achamos melhor falar pessoalmente e antes do acontecido pois as pessoas assustam quando você fala que vai fazer uma cirurgia e qual o motivo, e se a pessoa vê a gente, sabe que estamos bem, não se assusta tanto.
À noite, em casa, me ligou uma amiga muito querida e queria saber como tinha sido no médico, como ela estava de saída para viajar à trabalho, e só retornaria na segunda, quando eu estaria no hospital com meu marido, achei melhor já contar o que estava acontecendo, ela ficou chateada e falou que podíamos contar com ela no que nós precisássemos.
No outro dia fomos para a minha cunhada, a outra não pode ir, rimos bastante e conversamos sobre diversos assuntos, então mais para o final da tarde falamos o porquê do termos ido lá. Minha cunhada, o marido e um dos filhos que estava lá ficaram muito tristes, mas explicamos tudo direitinho e todos nos deram muita força e também falaram que estavam à nossa disposição para o que fosse preciso. Lembramos a  eles para que não falasse para o meu pai toda a verdade, caso eles se encontrassem com ele.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

DECISÕES

Saímos do hospital e fomos ao shoping para passear e um pouco e "esquecer". Antes disso liguei para a minha amiga do serviço que ficou preocupada mas já começou a me ajudar dando palavras de incentivo. Como ia ficar internada vários dias, comprei dois livros bem grossos para ler, pois lá em casa adoramos ler.
Viemos conversando sobre o que iriamos fazer, pois tínhamos que dar a notícia para os familiares. Vim  preocupada, principalmente com meu pai, pois é um senhor de 79 anos e já tinha passado por esse processo com minha mãe. Sou filha única, e meu pai queria muito ter um neto(a). Como não era certeza da operação ser realizada na próxima semana optamos por não comentar com muitas pessoas para não alarmar e todo mundo ficar apreensivo. Então conversamos que o melhor seria falar para a minha prima-irmã, explicar para ela a situação, pois iríamos precisar da ajuda dela. Por sorte nossa ela estava de férias. Fomos à casa dela e explicamos o que estava acontecendo, sendo muito provável a cirurgia ser realizada na próxima, eu falei para ela que tinha certeza que era câncer, e pedi dois favores muito importantes: se me acontecesse qualquer coisa para ela cuidar do meu pai para mim, e se ela poderia estar me levando ao hospital no dia da internação, pois meu marido iria realizar a cirurgia no joelho na próxima segunda e não poderia estar dirigindo, e decidimos que enquanto não tivéssemos um resultado, não iríamos falar nada para o meu pai, somente falaríamos que eu iria fazer uma cirurgia para o tratamento da fertilização.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

DATA DA CIRURGIA

No outro dia, lá fomos eu e meu marido novamente para o hospital. Não falamos para ninguém, eu que somente liguei para a minha psicóloga para avisar, e no meu serviço para avisar que teria que ir novamnete ao médico, mas não dei maior esclarecimentos.
Íamos conversando e eu ia até brincando, pois meu marido iria fazer uma cirurgia do joelho no dia 27/09/2010, e eu ia brincando que nós iríamos ficar em casa de repouso juntos. Meu marido disse que era pouco provável, pois no HC poderia demorar um pouco a cirurgia.
Chegando lá fui fazer os exames pré-operatório. Estávamos ainda aguardando quando uma amiga de serviço ligou para saber o que estava acontecendo, tenho certeza que todas pensaram que estava tudo certo para fazer a inseminação; aí contei para ela que ficou preocupada pois já tinha tido um problema de câncer na mama. Logo fomos chamados, fomos atendidos por uma médica muito simpática. Perguntei qual seria o tamanho do tumor, e ela me respondeu que estava do tamanho de um caroço de abacate. E que teria que fazer uma cirurgia logo, e que haveria três opções: se o tumor fosse benigno, iriam retirar só o tumor; se fosse maligno teria mais duas opções:  retirar uma parte do ovário ou retirar todo o aparelho reprodutor. Pedimos que ela fizesse o que fosse necessário, e perguntamos para quando seria a cirurgia, ela nos informou que provavelmente após o di 20/10, mas que ela iria confirmar com o professor, logo ela voltou informando que meu caso iria para estudo aquele dia, que iriam tentar encaixar a cirurgia para a próxima sexta-feira, dia 01/10; se fosse confirmada a data ela iria me ligar até na terça-feira, que eu teira que internar na quarta, para fazer mais alguns exames e começar a fazer lavagem instetinal, para fazer a cirurgia na sexta dia 01/10, na parte da manhã. Ficamos um pouco preocupados, mas mesmo assim eu fiquei animada pois tinha certeza que a cirurgia iria dar certo e que tudo iria acabar logo.
Mas também tinha quase certeza absoluta que o tumor era maligno e que iria retirar todo o meu aparelho reprodutor. O que a médica também explicou que só na hora de ciruugia iria saber se era maligno ou benigno, através de uma biopsia que seria realizada na hora da cirurgia; por isso também era quase certeza que eu teria que tomar duas anestesias, a rac e a geral, e não saberia ainda e antes da biopsia quanto tempo duraria.

terça-feira, 26 de julho de 2011

SURPRESAS DA VIDA

Viemos, eu e meu marido conversando sobre possibilidades, visto que a médica tinha nos passado um relatório para entregarmos no dia seguinte ao médico oncologista, nesse relatório constava que estava com um tumor de 580 cm(cubícos). Com isso já avisei ao meu marido para não ficar muito otimista, porque eu já tinha quase certeza, comigo mesma, que era um tumos maligno, em vista do histórico familiar, por isso que contei antes da minha família para entender o que poderia acontecer.
Mesmo assim meu marido ainda estava otimista, eu não mais.
À noite conversamos e ficou combinado que iríamos deixar que o melhor fosse feito, mesmo que fosse para a retirada de todo o meu aparelho reprodutor. É claro que você não dorme direito e fica cogitando enes hipóteses. Tinha ido pra o hospital toda animaa, fazendo planos de quando iria ficar grávida, os nomes dos bebês, porque já que iria fazer a fertilização já queria dois, de preferência um menino e uma menina. Foi um baque muito grande, mas eu pensava de DEUS é maior e que ele não me daria uma cruz maior do que aquela que eu poderia carregar.E eu sempre pedi a DEUS que se fosse para acontecer aos meus filhos o que aconteceu comigo, de ficar nova sem mãe, que ele não deixasse eu ter filhos. Então tudo que estava acontecendo era porque eu tinha pedido. Sou espírita, e algum tempo antes tinha ido conversar no atendimento fraterno e tenho certeza de que isso também me ajudou um pouco. Tenho certeza que não importa qual a religião, o importante é sempre acreditarmos em DEUS e saber que ELE é nosso PAI, e que por isso ELE não iria querer o nosso mau. Temos que ter sempre FÉ E ESPERANÇA E NÃO DESANIMAR NUNCA.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

O COMEÇO

Como havia dito pedi encaminhamento para o HC para fazer fertilização, fui chamada no começo de agosto/2010, fomos eu e meu marido para fazermos a riagem, levei todos os exames já tinha realizado. O médico olhou e pediu um ultrasom transvaginal. Foi marcado para o dia 31/08. Fui realizar o exame sozinha pois já tinha feito vários, sabia como era e também que era simples.
Realizando o exame a médica me perguntou se eu já tinha feito alguma cirurgia, respondi que não, ela achou estranho pois não estava vendo o meu ovário esquerdo, me disse que talvez por isso eu tivesse que fazer uma pequena cirurgia. Doeu muito.
Voltei um pouco encucada, fui em outro mpedico, um clínico geral, mas só para conversar, ainda fazia terapia, minha psicóloga falou que poderia ser endometriose, e várias pessoas também. Fiquei mais tranquila, meu retorno estava programado para o dia 22/09.
Alguns dias antes do retorno senti tipo um caroço perto do útero, principalmente quando deitava de bruços, fiquei toda animada achando que já estava grávida.
No dia do retorno fomos eu e meu marido para saber os resultados, estava crente que iria fazer, se fosse o caso, uma pequena cirurgia. Fomos atendidos por uma médica muito atenciosa, que olhando  o exame, disse que precisava mostrat para o professor. Saiu e logo voltou, dizendo que de fato teria que fazer uma cirurgia, mas que ela estava me mandando para o setor de oncologia. Ficamos um pouco receosos e preocupados, mas é lógico que aceitamos. Teria então que voltar no dia seguinte no setor de oncologia, e a médica já estava me pedindo alguns exames pré-operatórios.

domingo, 24 de julho de 2011

UM RESUMO

Cresci morando com minha tia-mãe, quando tinha oito anos meu pai se casou novamente, continuamos todos morando perto.
Tive uma adolescência normal, aos 16 anos comecei a trabalhar, então estudava à noite. Por volta dos 18 anos fui a primeira vez ao ginecologista, contei todo o histórico e a médica ficou preocupada e pediu para que todo ano eu fizesse exame de papanicolau, o que sempre foi feito.
Aos 25 anos conheci o meu marido, nessa época tive uma depressão fortíssima e com a ajuda dos familiares, amigos, remédios e terapia consegui vencer.
Não me recordo o ano direito, mas acho que foi em 2000, que meu tio, irmão da minha mãe biológica que morava na mesma cidade descobriu que estava com câncer. Foi mais ou menos assim: ele era careca e apareceu tipo de uma espinha na cabeça ele foi e mexeu, de repente virou uma ferida foi então ao dermatologista que encaminhou ele com urgência para o Hospital das Clínicas (HC), teve que fazer uma cirurgia em que tirou uma pedaço da pele da cabeça e tirou da coxa para colocar na cabeça, os médicos falaram que tiraram muitos nódulos, ele teve que fazer quimioterapia e depois radioterapia. Quase que nesse mesmo tempo uma outra tia, que mora na capital, também descobriu um câncer nos ovários, e teve que retirar todo o aparelho reprodutor e também teria que fazer quimio, mas ela acabou não conseguindo, pois passava muito mal. Por não ter feito a quimio, logo apareceu um tumor na mama, teve que fazer radio e deu tudo certo.
Com esse meu tio era a primeira vez que via perto de mim como era difícil os tratamentos e como "judiava" das pessoas esses tratamentos. Infelizmente e mesmo com todos os tratamentos meu tio não aguentou e veio a falecer, acho que após um ano do diagnóstico.
No ano de 2004 casei, e eu e meu marido decidimos esperar um pouco para "estabilizar" para depois ter filhos. Por volta de um ano antes foi descoberto um tumor em minha sogra, mais uma vez estava vendo tudo acontecer perto de mim. Operação, quimio, com todos os sintomas: queda de cabelo, vômitos, baixa resistência, diarréias. Em 2007 ela faleceu.
Nesse estávamos, eu e meu marido, reformando a nossa casa para termos filhos assim que acabasse a reforma.
Nesse mesmo ano tive problemas com tireóide, fui a uma endocrinologista que pediu um ultrassom da tireóide. Fui sozinha fazer, estou lá na maca deitada fazendo o exame, a médica que estava fazendo o ultrassom começa a ditar para a moça digitas, Nódulo tal, medindo tanto, outro nódulo, mais um nódulo, e eu lá deitada comecei a pensar, pronto estou com tumor na tireóide. A médica percebendo meu nervoso, falou que era normal, que ela não tinha visto nada para eu me preocupar, saí um pouco mais tranquila. Foi pedido então uma pulsão de alguns nódulos, mas GRAÇAS A DEUS não deu nada.
Com isso eu e meu marido, já tinha acabado a reforma da casa, decidimos que era hora de ter filhos. Fui fazer todos os exames para ver se estava tudo bem. Tudo Ok, começamos a tentar, com seis meses nada, fui na ginecologista e ela deu um indutor para ovular, mais seis meses nada. Então eu e meu marido fizemos alguns exames mais complexos, e nada tudo normal, então ela deu a ideia de tentarmos fertilização, e falou para que pedíssemos encaminhamento para o HC. E foi o que fizemos.

sábado, 23 de julho de 2011

VAMOS COMEÇAR TUDO DE NOVO.

Minha mãe biológica faleceu eu tinha 3 anos de idade. Faleceu de câncer na mama. A minha família materna tem um histórico genético com relação ao câncer. Hoje tenho 38 anos, e desde que me entendo por gente sei de vários casos de câncer na minha família.
Antes de minha mãe biológica falecer, morava em outra  cidade com um tio, irmão de minha mãe, sua esposa e suas duas filhas. Morava em outra cidade pois meu pai não teria condições, na época de pagar enfermeira para minha mãe, empregada para casa e uma babá para mim.Não fui ao velório de minha mãe, acho que foi meu pai que achou melhor assim. Alguns dias depois recebi uma carta de meu pai falando do acontecido.
Meu pai morava em outra cidade, tinha mais duas irmãs, que moravam perto dele. Uma tinha duas filhas e já netos, a outra tinha somente uma filha era viúva e ainda trabalhava, quando ela aposentou pedi para meu pai para vir morar com ela, o que foi aceito por todos. Apesar de meus tios que estavam me criando ficarem muito tristes, mas entenderam que eu queria ficar perto de meu pai.
Então por volta de 4 ou 5 anos vim morar com essa minha tia, logo passando a chamá-la de mãe. Quando tinha 8 anos a sua filha casou e passamos a morar somente eu e ela, o que nos uniu mais ainda.
A família da minha mãe biológica é muito grande e a maioria mora na capital ou nas proximidades, então só via algumas tias, primos(as) no feriado de finados, tem muitos parentes que até hoje não conheço. Somente um tio, irmão da minha mãe mora em minha cidade, é casado e tem dois filhos e uma filha, e através dele e sua família sabia sempre dos outros parentes.

FAZ TEMPO

Esse tempo que fiquei sem escrever foi porque não estava gostando do blog desse jeito. Então à partir de hoje vou mudar, vou começar tudo de novo, contando a minha história. Porque eu estava contando mas ao mesmo tempo dando dicas para ajudar as pessoas, ainda quero ajudar as pessoas, mas acho que somente contando a minha história vai ajudar as pessoas a serem mais confiantes em si mesmas, lutarem e serem felizes.